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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Um sinal claro

Em 1992, com 22 anos de idade, comemorei a queda de Collor. Na minha ingênua imaginação, era o início do fim da corrupção no Brasil, e um novo país nasceria a partir dali.

Ah, a ingenuidade da juventude, ingenuidade que nos confere a segurança de que sabemos tudo sobre tudo.

Hoje, aos 40 anos, vivendo em pleno "país do futuro", sei que o verdadeiro crime de Collor foi estar no partido errado. Até o próprio já percebeu isto, tanto que atualmente é mais dos que se juntaram ao lado "certo"...

Se eu tivésse 22 anos estaria comemorando a prisão de Arruda. Aos 40 sei que Arruda foi preso por não pertencer à base aliada de Lula. Sim, porque nunca passaram perto de uma cadeia os companheiros Delúbio, Silvio Land Rover, Marcos Valério, Dirceu, Sarney, Renan...

Aliás, o mesmo STJ que meteu Arruda em cana mandou censurar o jornal Estadão para que este parasse de divulgar denúncias contra o companheiro Sarney.

O judiciário Brasileiro está a serviço do partido e, se dúvida houvésse, seria eliminada pela atuação do STE, que cassa governadores que estão fora da base aliada, mas não vê nenhuma ilegalidade eleitoral na atuação de Lula e Dilma.

Neste cenário, ao invés de comemorar, lamento a prisão de Arruda. Lamento porque ela é um sinal claro, para todos os políticos, de que aproxima-se o fim da democracia no Brasil. É um sinal claro de que no regime vigente ou você está ao lado do governo, e recebe carta branca para fazer o que quiser, ou você está fora, e se estivér fora até o judiciário, que nunca funcionou, funcionará contra você.

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