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terça-feira, 14 de junho de 2011

As vítimas de Caras

Cerca de 140 brasileiros morrem assassinados todos os dias. Apenas algumas dessas mortes rendem manchete. Por exemplo:

- Se a vítima é do interior da Amazônia, rende manchete contra o novo código florestal;

- Se a vítima é de São Paulo, rende manchete no Dapena para mostrar que o governo tucano é ineficiente na segurança pública;

- Se a vítima é bandido do MST, rende manchete para mostrar como os “ruralistas” são trogloditas.

Contudo, a maior parte dos 140 cadáveres diários não têm como servir a propósitos ideológicos, de forma que ninguém liga para eles. Nem a polícia, que está muito ocupada reivindicando salários. É uma verdadeira multidão de cadáveres anônimos. Ninguém sabe quem matou. Ninguém sabe por que foram mortos. Ninguém está interessado, só a família.

Agora, se por acaso houver um homossexual entre as 140 vítimas diárias, os propagandistas da ditadura gayzista não terão dúvidas – “morreu porque era gay, precisamos combater a homofobia com leis mais duras contra os heterossexuais”.

Escrevi ontem que quem leva o país adiante é a multidão de anônimos que acorda cedo, trabalha, produz comida, produz produtos, cria, gera emprego e renda. Mas ninguém está interessado nesta gente. Quem toca o país nunca aparece na capa da Caras, nem em manchete de jornal.

O mesmo pode se dizer em relação às vítimas da violência desenfreada. Ninguém está interessado no tamanho da violência, ou nas vítimas pelo simples fato de terem sido vítimas do fracasso do poder público na gestão da segurança. O Brasil só se interessa pelas vítimas que podem servir aos propósitos ideológicos, e enquanto forem úteis. Não há pudor.

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