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sábado, 18 de junho de 2011

Vítima da Gol

Era para ter deixado Porto Alegre ontem à noite, mas não deu, o aeroporto Salgado Filho fechou. Até aí não é culpa de ninguém, pois não controlamos a natureza. Podemos apenas lamentar, como brasileiros, a facilidade com que nossos aeroportos fecham, devido à falta de investimentos em equipamentos que permitam operações em condições de pouca visibilidade.

Mas aí começa o inferno. Na semana passada o Coronel do Coturno Noturno relatou o terror que enfrentou ao ter seu vôo desviado para Guarulhos – enfrentou a equipe de terra da Gol. Após muito stress e tortura psicológica passou a noite no chão no saguão do aeroporto. Como já fui vítima da Gol, sei exatamente o que ele passou. Ontem, mais uma vez, fui vítima da companhia.

A equipe da Gol é composta, em todos os aeroportos, por uma meninada, mal treinada, despreparada e, provavelmente, mal remunerada. Antigamente, quando ainda havia alguma lógica no mundo, as empresas possuíam funcionários mais velhos e funcionários mais novos, e os mais experientes iam transmitindo conhecimento aos recém chegados. Mas a palavra lógica perdeu sentido neste princípio de século XXI, e STF, governo e empresas se transformaram em ambientes de salve-se quem puder.

Quando qualquer coisa dá errado (o aeroporto fechar, por exemplo), a meninada se perde e começa a bater cabeça. Não há planejamento, não há coordenação, não há nada. A meninada da Gol pode não saber nada sobre seu trabalho, mas são de uma soberba ímpar. No exame psicotécnico de admissão aos quadros da companhia devem ser consideradas para contratação somente as pessoas desprovidas de humildade. Dariam bons políticos petistas, incompetentes, despreparados, mas soberbos.

Perdidos, sem saber o que fazer, sem nem saber que não sabem o que fazer, começam a disparar grosserias. Os passageiros, que já estão irritados por terem perdido seus compromissos, rapidamente se enfurecem. E começa a guerra, com gritos e agressões de parte a parte, que se estende por horas noite a dentro.

Em muitos países do mundo sou usuário do transporte coletivo urbano, mas no meu próprio país não posso sair de casa sem carro. Já disseram que no mundo o transporte coletivo é feito para transportar, no Brasil é feito para transportar pobres. É preciso maltratar, oferecer desconforto, torturar, como se os pobres fossem cidadãos de segunda classe. Neste contexto, a Gol é o transporte coletivo urbano brasileiro dos ares.

Como há um duopólio no transporte aéreo brasileiro, não é possível decidir nunca mais utilizar os “serviços” da Gol. Mais cedo ou mais tarde será necessário viajar pela companhia novamente. Sua cor é laranja. É possível que até a minha velhice eu tenha adquirido alguma espécie de trauma em relação à cor laranja...

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