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terça-feira, 12 de julho de 2011

Do Olavo de Carvalho

“Quando o sentido das palavras se degrada, a realidade a que elas apontavam se torna invisível e em seu lugar entra algum estereótipo desprovido de substância, pura moeda de troco no comércio diário de bobagens, irrelevâncias e chavões. A palavra "desinformação", cunhada pelo Estado-Maior alemão na I Guerra Mundial, surgiu como um termo técnico, designando as operações complexas - quase uma ciência exata -- com que um serviço de inteligência buscava orientar e determinar, à distância, as decisões estratégicas e táticas de um governo adversário, assim levado a trabalhar pela sua própria destruição.”

“Somado ao fenômeno paralelo da concentração dos meios de comunicação nas mãos de um reduzido número de mega-empresas, que torna o jornalismo mundial um primor de uniformidade servil, o sumiço da noção científica de desinformação mostra que nunca foi tão fácil manter populações inteiras na mais completa ignorância dos fatos essenciais, se não para sempre, ao menos pelo tempo necessário para que os planos criminosos mais mirabolantes e inverossímeis se realizem sem ter de enfrentar grandes obstáculos. A facilidade com que um bandidinho chinfrim chegou à presidência dos EUA com documentos falsos, apostando na obstinada recusa popular de investigar sua vida, é apenas o indício mais patético de quanto a espécie humana, nas últimas décadas, se tornou vulnerável à mentira e ao engodo.”

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