“Uma cerimônia realizada na manhã desta quarta-feira selou o final feliz da guerra que cercou a escolha do estádio paulista no torneio. Final feliz, diga-se, apenas para os ocupantes do palanque montado em Itaquera, na Zona Leste da cidade - o local que deverá receber a abertura do Mundial. Para os moradores da maior cidade do país, restou uma conta de 420 milhões de reais, além da dúvida sobre se a cidade será mesmo beneficiada pela realização da partida inaugural da Copa. "Não adianta procurar crise onde não existe", avisou Orlando Silva, o ministro do Esporte, encerrando dois anos de declarações desencontradas, troca de críticas entre autoridades e vários compromissos quebrados. "O estádio de São Paulo está resolvido", garantiu, em meio a aplausos da claque reunida no terreno vazio que, dentro de três anos, deverá ser ocupado pelo Itaquerão.
Além de Orlando Silva, participaram da cerimônia o governador Geraldo Alckmin, o presidente corintiano Andrés Sanchez e o prefeito Gilberto Kassab, que sancionou o projeto de lei que concede a isenção fiscal para o estádio. Aplaudido de pé ao discursar, Kassab se mostrou emocionado. "Estamos contribuindo para a alegria do povo brasileiro e para o desenvolvimento da Zona Leste", empolgou-se.
Filiado PT, amigo de integrantes do governo e grande aliado do presidente da CBF, Ricardo Teixeira - que não compareceu -, o presidente do Corinthians tinha motivos de sobra para ficar satisfeito. No momento em que Gilberto Kassab assinou o projeto, Sanchez livrou-se de mais da metade da despesa prevista com a construção do estádio. O orçamento, que já mudou oito vezes em pouco menos de um ano, hoje fixa em 820 milhões de reais o custo total do Itaquerão. O cartola justifica a necessidade de investimento público no estádio dizendo que, se dependesse dele, o Itaquerão seria apenas o campo do Corinthians, não a sede paulista da Copa. Como a Fifa exige uma capacidade maior do estádio que vai receber a abertura, todas as adaptações necessárias ao projeto original foram colocadas na conta do poder público. O problema é o que ocorrerá depois do Mundial. O torneio termina e o estádio fica para o clube. "Como presidente do Corinthians, fico feliz. Mas tem o lado do respeito humano", disse Sanchez. "Isso tudo não é pelo estádio e nem pelo Corinthians, mas por São Paulo."
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