A ascensão da chamada “nova classe média” é um fenômeno interessante. Tal ascensão pode ser confirmada na prática, visualmente, sem necessidade de teorias. Até poucos anos atrás o supermercado que freqüento era tranqüilo e agradável de fazer compras. Agora, é um inferno, entupido de gente e com horas de fila. Para não falar nos aeroportos.
Seria bom se esta ascensão da “nova classe média” fosse embasada em melhoria do nível médio de escolaridade da população, ou em um efetivo processo de industrialização do país. Mas com empregos industriais migrando para a China, e educação cada vez pior, creio que a ascensão decorre muito mais de gasto público excessivo (com conseqüente endividamento público) e de algumas bolhas, como a da construção civil, além de um momentâneo excesso de liquidez no planeta. Poderá ser mais um vôo de galinha, do que uma situação efetivamente sustentável a longo prazo.
Um fenômeno direto desta ascensão, e do aumento do número de consumidores, é a inflação. Está tudo ficando muito caro.
Pode ser que a ascensão da “nova classe média”, com a conseqüente inflação, venha a provocar um outro fenômeno paralelo, em sentido inverso, o descenso da “nova classe pobre”.
Sim, por ascensão da “nova classe média” se entende o acesso que pessoas estão passando a ter a consumo e lazer.
Já o descenso da “nova classe pobre” pode ser representado por pessoas que tinham acesso a consumo e lazer, e passam a não ter mais condições de pagar por isto. E já estou me incluindo entre os integrantes deste novo fenômeno (alô imprensa!). Por exemplo, eu e minha esposa vamos algumas poucas vezes por ano a um determinado restaurante. Neste ano não havíamos ido ainda, fomos pela primeira vez no sábado passado. E foi a última, pelo menos aquele restaurante específico eu não tenho mais condições de pagar.
terça-feira, 12 de julho de 2011
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