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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Eike Batista

Nunca houve capitalismo no Brasil.

Se isso aqui fosse um país decente, com objetivos maiores que o enriquecimento pessoal de petistas e aliados, o livro Maua, O Empresário do Império, de Jorge Caldeira, seria leitura obrigatória em todas as escolas. Aí saberíamos que não houve capitalismo no Brasil.

Se estudarmos a história dos grandes empresários, dos grandes conglomerados nacionais, identificaremos, sempre, algum favorecimento do poder público, em algum momento. Seja numa licitação, seja num incentivo, seja a receita federal olhando para o outro lado.

O estado, que deveria ser um ente de ação voltadas a redução de desiguldades, como educação e saúde, sempre atuou, na prática, como um indutor de desiguldades. O estado decide quem vai ficar rico, e quem não vai.

Lembro de uma vez em que visitei um grande grupo de empresas, e um dos proprietários me contou a história de sua fortuna - na década de 50 ele e o irmão eram pequenos madereiros e conseguiram um contrato para fornecerem madeira para a construção de Brasília. Segundo ele, havia um portão principal, e neste portão um fiscal do governo anotava toda a vez que um caminhão carregado entrava. E depois o governo pagava pelo número de cargas fornecidas. Pois bem, o que faziam este empresário e os demais fornecedores de Brasília? Entravam pelo portão principal, e saíam pelos fundos, e voltavam a entrar, e saíam de novo. Faziam isto infiinitas vezes com o mesmo caminhão, e ao final da obra eram milionários.

Sempre foi assim, com qualquer partido.

Havia uma exceção, me parece, e era Eike Batista. Comecei a acompanhar a trajetória do empresário Eike Batista em 1991, quando eu estava em Nova York e ele apareceu por lá para disputar uma prova de velocidade com lanchas (não sei o nome desse esporte...).

Sempre pareceu um empreendedor nato, a ponto de se embrenhar sozinho pelos garimpos para negociar ouro.

Mais recentemente utilizou a bolsa de valores para transformar sua fortuna em bilhões, como fazem os grandes capitalistas do mundo. E isto foi louvável, pois o comum por aqui é os empresários procurarem o governo, não a bolsa.

E assim, ousando e empreendendo, se transformou no homem mais rico do país.

Mas esta história não tem final feliz.

Eike Batista acaba de esquecer sua história de vida, e resolveu usar seus bilhões para se associar ao PT.

Um comentário:

  1. Impressionante o comentário sobre os madeireiros de Brasília...pois bem, eu trabalhei em um banco, braço financeiro de uma construtora de Minas Gerais, e o dono do banco, num momento de lazer, afirmou que os caminhões de sua, até então, pequena construtora, fazia o mesmo que o madeireiro. Pelo jeito o dinheiro gasto para construir Brasilia dava para construir outras inumeras cidades do mesmo porte.

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