"Um entusiasmo juvenil pelo futuro comunista era comum entre os intelectuais da classe média, tanto no oriente quanto no ocidente. E costumava vir acompanhado de um nítido complexo de inferioridade em relação ao proletariado. Um consequência desse quadro foi a exaltação universal do trabalho e dos trabalhadores da indústria - marcante trunfo político para ospartidos que reivindicavam a representação do operários. Homens e mulheres de classe média, com inclinação esquerdista e formação acadêmica, envergonhados de sua própria origem social, podiam extravasar o constrangimento entregando-se ao comunismo. E mesmo que não chegassem a ingressar no partido, muitos artistas e escritores, especialmente na França e na Itália, "prostravam-se diante do proletariado" (Arhur Koestler) e elevavam a "classe trabalhadora revolucionária" a uma condição quase icônica. Embora o fenômeno tivésse um escopo pan-europeu...foi no leste europeu que esse tipo de sentimento acarretou consequências concretas. Nas palavras de Ludek Pachman, um tcheco: "tornei-me marxista em 1943. Tinha 19 anos, e a idéia de que, subitamente, eu compreendia tudo e podia explicar tudo me encantou tanto quanto a idéia de poder marchar com proletários do mundo inteiro, primeiro contra Hitler, depois contra a burguesia internacional." "No começo, o totalitarismo é entusiasmo e convicção; somente mais tarde se transforma em organizações, autoridade, carreirismo." Conforme Milosz observaria, o comunismo baseava-se no princípio de que escritores não precisavam pensar, precisavam apenas entender. Comunistas um pouco mais maduros, como Djilas, provavelmente sempre compreenderam, conforme ele mesmo diz, que "a manipulação do fervor é o germe da servidão". Porém, os adeptos mais jovens, especialmente os intelectuais, ficaram espantados ao constatar os rigores da disciplina comunista e a realidade do poder stalinista." Págs. 211, 212 e 213 do livro Pós-Guerra de Tony Judt.
Todos temos em comum a juventude e a morte. Todos fomos jovens, e todos morreremos um dia.
Sabemos como é a juventude, uma período da vida em que não sabemos nada, mas acreditamos que sabemos tudo. Um período da vida em que queremos revolucionar, quebrar regras, transgredir, afrontar os caretas, geralmente com o conforto de ter no bolso o dinheiro da mesada paga pelos ... caretas.
Mas aí vem a maturidade, e as coisas geralmente entram nos eixos, para que a civilização possa continur existindo.
A juventude também é o período das paixões esquerdistas. Mas, como Lula já disse, quem amadurece e envelhesse e continua sendo esquerdista não é certo da cabeça (palavras do mestre).
No Brasil há dois tipos de adulto esquerdista: os infantilizados, como os artistas da Globo, Chico Buarque, Oscar Nyemeier, e os juízes e promotores que pretendem transformar o judiciário Brasiliero em tribunais de Stalin. Esses nada mais são do que bobos, inocentes úteis em sua imbecilidade infantil. O segundo grupo é composto pelos carreiristas, estes sim perigosos. Não são esquerdistas em sua essências, mas sabem que precisam da ideologia para chegar ao poder, para lá permanecer, e para colocar o país inteiro a seu serviço. Os membros deste segundo grupo via de regra são encontrados no PT.
Aliás, alguém soube de algum adulto esquerdista incomodado com a afirmação de Lula sobre "não ser certo da cabeça"? Claro que não. Para eles, Lula diz isto apenas para manter distraída a burguesia, enquanto prepara o golpe fatal....
domingo, 17 de maio de 2009
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