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sexta-feira, 3 de julho de 2009

20 anos (parece que foi ontem)

Hoje completo 20 anos de carreira. À noite haverá um jantar para amigos.

Os anos passam ligeiro, e lembro como se fosse ontem aquele 3 de julho de 1989. Um jovem de 19 anos chegava cheio de expectativas (e com algum medo) para o seu primeiro dia de trabalho.
O emprego era em uma multinacional, e mais de 300 pessoas haviam participado do processo seletivo. Eu era um dos 4 selecionados.

Confesso que naquela época eu tive vontade de tentar a vida fora do Brasil. Mas acabei não realizando este desejo. Os que viveram aquela época sabem que era um período de esperança, apesar da inflação. A Constituição era novinha, de 1988. Em 89 teríamos a primeira eleição direta para presidente desde 1960. Tudo se resolveria, o Brasil era o país do futuro, e ninguém poderia nos segurar. Decidi, então, ficar por aqui.

Trabalhei duro, sempre procurando progredir. Tive bons empregos, joguei empregos fora, vivi aventuras, fui sócio de empresas, fali, voltei a ser empregado, morei em 4 estados do Brasil. Acertei algumas, fiz besteiras. Sempre com a intenção de melhorar, de progredir, e sempre acreditando no futuro do país.

Acreditava tanto no futuro do país que em 1999 deixei definitivamente um ótimo emprego, e abri um negócio próprio, que possuo até hoje. O Brasil era o país do futuro, e eu queria estar bem posicionado para este futuro.

Mas o futuro acabou em janeiro de 2003, com a posse de Lula na presidência da república. Trocamos o futuro pelo passado, voltamos a práticas coronelistas do início do século XX, com a diferença que agora temos apenas um grande coronel nacional – Lula. Corrupção e roubalheira passaram a ser toleradas pela sociedade, desde que praticadas com a conivência do PT. A ignorância tomou conta da população, e a imprensa se transformou em porta voz do governo. O pensamento politicamente correto matou o próprio pensamento. O eleitorado foi comprado pelo Bolsa Família, assegurando a permanência do PT no poder, e assegurando a permanência do país no atraso. Dá-se vivas à ignorância, ao passo que o conhecimento é discriminado como “coisa da zelite”. As pessoas trabalham apenas enquanto não conseguem se transformar em funcionários públicos. Rejeitamos o certo, e aplaudimos o errado. Os valores que me forjaram viraram “coisa de otário”, e no mundo corporativo, onde habito, vale a esperteza, e a ética é algo utilizado apenas para decorar quadrinhos pendurados na recepção das empresas. Estamos desistindo da civilização, e muito sofrimento ainda será necessário para começar a mudar este estado de coisas (um dia).

Trabalhei duro, estudei bastante. Meus impostos estão em dia. O salário de meus empregados está em dia. Mas no Brasil deste futuro às avessas não passo de um capitalista safado, explorador sanguinário. Qualquer estudante ligado ao PT, PSOL ou PSTU gostaria é de me dar umas pedradas. Se lá em 3 de julho de 1989 eu tivesse desistido da vida e me entregue à vagabundagem, e fosse hoje um beneficiário do Bolsa Família e eleitor de Lula, aí sim eu seria um honrado cidadão brasileiro, um exemplo para este século XXI.

Se soubesse disso 20 anos atrás, talvez tivesse considerado melhor a hipótese de construir a minha vida em outro país. Só não poderia ter sido nos Estados Unidos de Obama, nem a Venezuela de Chavez. Nem o Equador, a Bolívia, a Nicarágua, a Argentina. Peru e México já estão na alça de mira. É, o mundo está ficando pequeno.

Mas já que não dá para voltar no tempo, vamos celebrar. Pelo menos por hoje. O vinho é por minha conta. Amanhã será outro dia.

Um comentário:

  1. .

    Parabéns pela sua carreira de sucesso ! espero que você tenha mais 20, 30, 50 ..eternos anos de sucesso !

    Eu também tenho sonho de trabalhar fora hehe..

    Abraços !

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