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quinta-feira, 18 de março de 2010

Sacanagem

Que brasileiro sempre gostou de uma sacanagem, não tenho dúvida. Está na formação do nosso DNA.

Contudo, pelo menos no mundo empresarial, parecia haver algum consenso no final do século XX de que a sacanagem generalizada travava o crescimento da economia e, consequentemente, das empresas. Ou seja, enquanto todo mundo sacaneava criava-se uma cortina de fumaça de que estavam “se dando bem” mas, na verdade, estava todo mundo se dando mal. Feita esta constatação, decidiu-se que teríamos que mudar para poder finalmente nos integrar ao mundo desenvolvido. Precisaríamos ser mais sérios, mesmo que contra a a nossa natureza.

Foi neste contexto que em 1999 decidi deixar o meu emprego e abrir uma empresa de prestação de serviços. Se o mundo corporativo queria passar a ser mais sério, precisaria de prestadores de serviços sérios.

O futuro desta história já conhecemos.

Veio o século XXI, decidimos, mesmo que inconscientemente, dar marcha à ré no nosso processo civilizacional, elegemos um dos para a presidência da república, transformamos a nação numa cleptocracia e, como o mundo corporativo não poderia ficar fora do contexto, a idéia de sacanagem como alma do negócio voltou com tudo.

Tanto que em alguns momentos me sinto como um peixe fora d’água.

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