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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Doutor

- Alô presidente?

- Sim?

- Aqui é o reitor da universidade Pensamentuns Malandrus.

- Garanhuns?

- Não, Pensamentuns...

- Ah...

- Estamos ligando para informar que o senhor foi escolhido para receber o título de doutor honoris causa na nossa universidade.

- Oba, prêmio!

- Sim, com direito viagem, cobertura da imprensa, mamata e tudo.

- E qual o motivo para este prêmio?

- O nosso conselho universitário avaliou o seu governo e ficou muito bem impressionado com as suas realizações.

- De fato, nunca antes...

- O senhor conseguiu privatizar o país em benefício de alguns.

- Consegui?

- Sim, todos os companheiros estão bem acomodados em cargos públicos ou ONGs, onde trabalham pouco e ganham muito.

- Sou muito popular, tenho muito companheiro...

- Os grandes empresários nunca ganharam tanto dinheiro, os banqueiros riem à toa.

- Tudo amigo meu.

- A imprensa mama na publicidade estatal e os artistas mamam em patrocínio público. Nunca ganharam tanto dinheiro da vida, e passam o tempo elogiando vossa excelência.

- Eu gosto de artista puxando o meu saco.

- Só ficou de fora o povo otário que trabalha de sol a sol para pagar a conta.

- Alguém tem que trabalhar, não é? E que não seja eu...

- Mas o ponto decisivo para lhe conceder o prêmio foi o fato de que o povo otário, que banca a festa com o próprio suor lhe confere 80% de popularidade...

- É, às vezes nem eu acredito nisso...

- Então o senhor é o ídolo aqui da nossa instituição. Aliás, por falar em instituição, o senhor sabe como é, a coisa tá difícil, a verba tá curta, nós precisamos fazer umas reformas...

- Não precisa nem terminar de falar, fala com a Dilma, pede o dinheiro que precisar e diz que eu já aprovei.

- O senhor é muito generoso.

- É que não sai do meu bolso...

- O senhor é nosso ídolo, presidente.

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