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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Perderei, mas sem ilusões

Em 2002 votei em Serra para presidente, no primeiro e segundo turnos. Votei sem saber quase nada sobre ele, apenas porque era a alternativa ao PT, assim como em 2006 votei em Geraldo Alckmin.

Em 2008, avaliando a situação do país com amigos, concluímos que Serra era a alternativa mais viável para tirar o PT do poder. Melhor ainda se fosse junto com Aécio. A partir de então, patrocinei camisetas e adesivos com SERRA + Aécio = 10. Uma amiga se encarregou da distribuição do material. Era pouco, mas para nós era muito. Estávamos fazendo a nossa parte. O material rendeu algumas fotos e notícias de jornal, mas nenhuma repercussão além disso, nem mesmo no partido. Éramos nós e nós. Aprendemos que o PSDB não aprecia militantes, ao contrário do PT que se fortaleceu com a militância.

Parei de gastar dinheiro, então. Mas quando este blog foi criado, em janeiro de 2009, eu ainda era “serrista”. Um “serrista” por falta de opção, já que 7 anos depois de 2002 eu continuava sem saber quase nada sobre Serra.

Mas 2009 foi um ano de transformação. Por conta de clientes que operam com o estado de São Paulo eu passei a conviver com a burocracia deste estado e com sua legislação tributária.

Já escrevi vários textos de desabafo aqui no blog sobre os absurdos que presencio em São Paulo, como o estado dificulta a operação das empresas. É de deixar de cabelo branco. Ali eu vi uma verdadeira desconstrução do capitalismo pela via burocrática e tributária. E me assustei. E comecei a ficar preocupado caso este mesmo sistema seja replicado para todo o território nacional, em caso de vitória de Serra na eleição de 2010. E pouco a pouco fui deixando de ser “serrista”. Até o ponto em que decidi anular o voto na eleição de 2010, por falta de opção.

Alguns dos textos que postei aqui tiveram uma pequena repercussão perante a assessoria de Serra, e foram encaminhados para a secretaria da fazenda de São Paulo. Hoje chegou uma resposta de uma autoridade do estado. Um parágrafo apenas, mas serviu para consubstanciar a visão que eu tinha sobre o governo Serra. Em curtas palavras: Serra está certo, eu sou burro e empresário gosta de sonegar. O parágrafo foi escrito com raiva, com trechos em caixa alta. Acredito que quem escreveu gostaria de ter o poder de um Che Guevara para exterminar empresários.
Imagino que se eu enviasse um questionamento para uma autoridade do governo venezuelano, receberia resposta no mesmo teor. É um chavão esquerdista. Empresários são maus, e devem ser combatidos. Se a constituição (ainda) não permite exterminá-los, dificultemos ao máximo a sua existência utilizando as armas a serviço do estado – a burocracia e os tributos.

Não sou líder de ninguém, e não possuo o poder de influenciar o voto de ninguém. Aliás, sou apenas líder de mim mesmo. Mas eu não desejo ver esta visão estabelecida no poder central. Como todos os candidatos em 2010 são de esquerda, perderei eu e os que pensam da mesma forma. Mas perderei sem ilusões, sem votar em nenhum deles, enquanto amigos iludidos votarão em Serra, acreditando que ele representa o centro.

A diferença entre 2010 e 2002 é que agora conheço um pouco sobre Serra. E, conhecendo, não voto nele. Em hipótese nenhuma.

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