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domingo, 17 de janeiro de 2010

Trecho da página 75 do livro História do Brasil Com Empreendedores, de Jorge Caldeira:

"As idéias claramente antiliberais de Oliveira Vianna eram continuidade direta de uma milenar tradição de pensamento político e cujo fundador foi Aristóteles. MAs se encaixavam, mais propriamente, numa variante peculiar dessa tradição, de origem diretamente portuguesa, chamada corporativismo.

O ponto de partida era o sistema aristotélico. Nela, a vase é a desigualdade entre senhor e escravo, tida como justa e intransponível. Ela é fonte, a um só tempo, da economia, política e moral. NA economia, por separar uma parte natural (oikos, comandada pelos senhores e praticada pelos escravos, de uma economia artificial, praticada por artesãos e comerciantes pela via das trocas. Como a primeira obedeceria à natureza, seria moral; já a segunda, que pode crescer ao infinito e destruir a economia natural, precisaria seer freada para que se mantivessem os desígnios da natureza com seus homens separados por mando e obediência. Esse freio não pode ser econômico e deve vir de um outro ponto de apoio: o governo. Nesse modo de pensar, o governo deve estar acima da sociedade, para que sua tarefa central, de manter o equilíbrio pela contenção da economia artificial, seja executada."

Trecho da página 87:

"A liberdade para agir derivaria da ação provedora do soberano, não do interesse individual; a divisão do trabalho é entendida como confirmação da metáfora das diferentes funções no corpo social, não como produto dos mercados livres; a finalidade da riqueza é beneficiar o estado - e o indivíduo entra nisso tudo apenas como um bom súdito."

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