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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Do Rodrigo Constantino

"A recompensa não costuma ser ruim. No país da impunidade, os aliados do governo descobriram que podem continuar livres. E sabem também que a lealdade ao partido traz retribuições depois, enquanto a traição interna pode custar caro – no caso de Celso Daniel, ao que tudo indica, custou a própria vida.

No auge do escândalo do “mensalão”, quando seus efeitos ainda eram incertos, alguns políticos mostraram fidelidade, e receberam cargos poderosos depois. Mesmo aquele apontado como “chefe da quadrilha” continua poderoso dentro do partido. Em certo momento, quando a chapa esquentou demais, Dirceu chegou a fazer uma ameaça de envolvimento do presidente no escândalo: “Não faço nada que não seja de comum acordo e determinado por ele”. Mas soube absorver a pressão praticamente sozinho. O governo foi preservado, o chefe continuou no poder, e a recompensa vem agora, se Dilma for eleita.

Erenice entendeu o recado. Vale tudo, menos ferir a lealdade ao chefe. O presidente faz um sacrifício público da companheira, mantém a imagem de inocente (apesar de passar a imagem de incompetente que nunca sabe de nada), e o circo continua. O show não pode parar. E os palhaços brasileiros aplaudem o malabarismo. Merecem o líder que têm."

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