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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Do Reinaldo Azevedo


"Pois bem: o PT realiza neste fim de semana, começa amanhã, o seu 4º Congresso. Com o estímulo de Luiz Inácio Apedeuta da Silva, o partido prepara uma moção de apoio a Dirceu e elabora uma texto pedindo — ó, que surpresa! — o que eles chamam por lá “regulamentação da mídia”. É estupendo!

E quem elaborou o primeiro texto em defesa da censura? O deputado federal José Guimarães (CE). No dia 8 de julho de 2005, no auge da crise do mensalão, José Adalberto Vieira da Silva, seu assessor — pobrezinho de dar pena — foi flagrado no aeroporto de Congonhas carregando numa valise R$ 200 mil em dinheiro vivo e escondendo outros US$ 100 mil na cueca. Que desculpa ele deu? Disse que era agricultor e que havia acabado de vender verduras no Ceagesp! José Guimarães é irmão de outro José mais famoso, o Genoino, que presidia o partido na tramóia do mensalão. O pobre Silva teve de se virar nas desculpas. Ninguém compareceu em seu socorro. Qualquer suspeita de que o dinheiro pertencesse a seus chefes era coisa de gente de má fé, né? Os irmãos, naturalmente, não sabiam de nada.

Existiria alguém mais adequado para propor a “regulamentação da mídia” do que um homem ligado ao escândalo da cueca, irmão de um dos mensaleiros processados pelo STF? Acho que não! A coisa, convenham, faz um sentido danado. Há dias, noticiou-se que também o PT, além do governo propriamente, havia desistido de censurar a imprensa, depois de sucessivas tentativas frustradas, o que incluiu até o Programa Nacional de Direitos Humanos — coisa originalmente denunciada por este escriba, lembram-se?, lá naquele longínquo janeiro de 2010. Pois é. O ministro Paulo Bernardo já deixou claro que não tem simpatia pela proposta do ex-ministro da Supressão da Verdade, Franklin Martins. Mas há gente no PT que não pensa em outra coisa.

É fabuloso! VEJA fez reportagens de que Antonio Palocci não gostou nada. Palocci acabou caindo, e não se falou em censura. VEJA denunciou a cleptocracia do Ministério dos Transportes. Uma penca de gente foi demitida, inclusive o ministro. E não se falou em censura. VEJA evidenciou os desmandos no Ministério da Agricultura, onde um lobista, atualmente foragido, tinha até sala. Foram defenestrados ministro e secretário-executivo. E não se falou em censura. Em suma: três ministros de estado perderam o cargo — a revista não derruba ninguém; OS FATOS QUE ELA APURA É QUE O FAZEM DERRUBAM —, e os petistas resistiram, sem tentar ressuscitar “o controle da mídia”.

Mas bastou que a verdade iluminasse os corredores do governo clandestino de Dirceu, expondo seus convivas, e eis que os petistas tentam dar fôlego novo à tese da censura, que eles por lá chamam de “controle democrático da mídia” ou qualquer porcaria assim. É o sonho dourado da tal canalha do nariz marrom. Essa gente está enfurecida com Paulo Bernardo porque este não deu seqüência à proposta de Franklin e do Babalorixá de Banânia. O que não se fez por três ministros de estado se faz agora em defesa de um deputado cassado, acusado pela Procuradoria Geral da República de “chefe de quadrilha”."

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