Não sou fanático por nenhum partido político. Sou fanático por algumas idéias, mas elas não são representadas por nenhum dos partidos existentes.
Mas sou fanático pelo Internacional (time de futebol), então vou tentar fazer uma analogia, que não é a melhor, mas que é a possível no meu caso.
Como torcedor fanático do Internacional tenho por inimigo o Grêmio e, por conseqüência, os gremistas...Adoro más notícias sobre o Grêmio, adoro saber quando perdem, quando não conseguem contratar, quando estão sem dinheiro para pagar as contas, quando seus bons jogadores (quando existem...) vão embora, etc. Quanto pior a notícia, mais feliz ela me deixa.
Agora imaginemos que fosse ocorrer um grande evento colorado que, no entender dos torcedores do Inter, iria causar muita humilhação ao Grêmio e “provar” a nossa superioridade. Eu apoiaria a idéia entusiasticamente, claro. Mas logo na sequência ficaríamos sabendo que iria rolar a maior roubalheira no tal evento, prejudicando o clube, suas finanças, seu presente e seu futuro, e fazendo a alegria de alguns dirigentes e empresários corruptos. E que os torcedores do clube teriam que passar anos fazendo vaquinhas para tentar reequilibrar as finanças.
Imediatamente eu me posicionaria contra tal evento. Ponto. Questão óbvia e de lógica elementar. Não sou palhaço e meu dinheiro não é capim.
Há muitos simpatizantes petistas que trabalham e pagam impostos. Sim, se não houvesse eles não seriam eleitos. Pois bem, mesmos esses quando confrontados com as previsões de que copa e olimpíada serão os eventos da roubalheira do dinheiro público parecem não ficar nenhum pouco tristes, pelo contrário. Apóiam com mais convicção. Unem-se aos empreiteiros que receberão os bilhões de verbas públicas em seu incondicional apoio à realização do evento. E sempre com cara de esperto e de deboche. Não interessa se eles, enquanto contribuintes, pagarão a conta da roubalheira. Não interessa se estão condenando filhos e netos a trabalharem para pagar por décadas a conta da roubalheira. E não basta ser a favor criticamente. É preciso ser a favor cegamente. E sempre de forma debochada.
É o fanatismo que cega. Beira a loucura, e é perigoso.
É mais ou menos assim: o simpatizante petista está andando pela rua quando é abordado por um assaltante armado. Assustado, a vítima simpatizante tenta explicar – “só tenho R$20 na carteira”. Então o assaltante se identifica como dirigente petista e, com a mão que não está segurando a arma, apresenta a carteirinha do partido. Imediatamente o simpatizante diz – “bem, aqui comigo só tenho R$20, mas se for comigo ao banco posso pegar mais, posso pegar da conta da minha mulher também, e lá em casa tenho algum dinheiro guardado sob o colchão”.
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
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