Notas do comunismo

“É precisamente agora – e unicamente agora – quando nas áreas famintas as pessoas estão comendo carne humana, e centenas, se não milhares, de cadáveres cobrem as ruas, que nós podemos (e, portanto devemos) realizar o confisco dos bens da igreja com a mais selvagem e impiedosa energia, sem deixar de esmagar qualquer resistência.” Lênin.

Pág. 298.

“O partido concluiu que todos aqueles identificados com o comunismo eram eruditos e progressistas, enquanto os que acreditavam em Deus eram atrasados e até mesmo contra-revolucionários.”

Pág. 300.

“O secretário do partido em Krasnoiarsk, Sobolev, disse-lhes sem rodeios para acabarem com o trabalho e “pararem de brincar de internacionalismo”. Sua instrução foi a de que “todos esses poloneses, coreanos, letões, alemães, etc. devem ser dobrados, são todas nações mercenárias, sujeitas à dissolução...todos devem ser pegos, obrigados a ficar de joelhos e exterminados como cachorros loucos”.”

Pág. 304.

“O Congresso dos Escritores Soviéticos realizado em 1934 deu crédito a Stalin pelo novo conceito de realismo socialista e o adotou como princípio orientador. A teoria postulava que as obras de arte autênticas num estado de operários tinham de se originar a partir – e refletir – da experiência socialista. Na prática, ela exigia que os artistas renunciassem a quaisquer vestígios de independência em relação à autoridade estatal e, em estrita conformidade com os ditames do partido, se dedicassem à criação de obras de arte com o objetivo de glorificar os ideais comunistas.”

Pág. 308.

“O trabalho escravo barato tornou-se uma espécie de narcótico para a economia, que achou cada vez mais difícil abandoná-lo, trocando os prisioneiros por trabalhadores civis.”

Pág. 308.

“Nikita Khruschov, um dos mais ferozes agentes de Stalin, discursou à multidão, denunciando com veemência o “Judas-Trótski”. Os culpados “ergueram as mãos contra tudo o de melhor que a humanidade tem, porque Stalin é esperança...Stalin é nosso estandarte. Stalin é nossa vontade. Stalin é a nossa vitória.”

Pág. 325.

“Stalin era o principal instigador e organizador do terror, tomava as principais decisões e frequentemente acompanhava as suas implementações. Ele tinha grande prazer em ouvir detalhes das torturas e os apelos de última hora murmurados pelos condenados. Embora outros líderes, como Molotov, Vorochilov e Kaganovicth, certamente tenham tido papéis no grande terror, recente pesquisa mostra que Stalin foi seu principal autor. A repressão e o assassinato sumário de centenas de milhares de pessoas completamente inocentes revelaram a ditadura em todo o seu horror. Ainda assim, seguidores fiéis na época, e posteriormente, encontraram modos de racionalizá-los e apoiá-los em nome da causa maior.”

Pág. 331.

“O raciocínio de Khruschov era o seguinte: “Ao destruir um, dois ou dez deles, nós estamos fazendo o trabalho de milhões. É por isso que nossa mão não deve tremer, que devemos marchar sobre os cadáveres do inimigo rumo ao bem do povo.”

Pág. 332.

“Crianças eram bajuladas nas reuniões da Komsomol para difamar os pais presos.”

Pág. 333.

Trechos de A Era da Catastrofe Social, de Robert Gellately.