A coluna de JR Guzzo na Veja desta semana toca num assunto sobre o qual me revolto há muito tempo - o excesso de normatização reduzindo os espaços da vida privada.
No Brasil há legislação para tudo. No congresso são mais de 600 produzindo diariamente todo o tipo de bobagem para atrapalhar a vida do cidadão. Fico feliz quando estão em recesso ou com a aputa travada por medidas provisórias. A liberdade respira nestes períodos.
No executivo são milhares de funcionários, que não conhecem a vida aqui do lado de fora, redigindo diariamente normativas, portarias, instruções, etc., para atrapalhar a vida do cidadão. Fico feliz quando os órgãos públicos estão em greve. A liberdade respira durante as greves.
Não consigo nem imaginar quantos milhões de leis, decretos, instruções, portarias, etc. que existem em todas as esferas de governo no Brasil, muitas contraditórias entre si. Nós cidadãos não conhecemos nem a ponta deste iceberg legislativo. Mas a própria lei nos proíbe de alegar descumprimento, ou seja, a qualquer momento de nossas vidas podemos ser punidos por descumprir algo que nem sabíamos que existia.
Isto nunca vai mudar. Milhares de funcionários e legisladores (em todos os níveis) continuarão produzindo seus disparates diários, permanentemente. E a vida que já não é fácil para quem trabalha, vai se complicando mais.
É um verdadeiro processo de asfixia que o poder público promove sobre o cidadão, principalmente contra os que trabalham para viver (parece que trabalho incomoda os membros do poder...).
A tudo isto o cidadão brasileiro assiste com sua postura bovina, de sub-cidadão, postura de povo sem dignidade. Tudo aceita e com tudo convive, mesmo que na base do jeitinho. Incapaz de reagir, ignora que a soberania em um regime democrático advém do povo. Baixa a cabeça para os "doutores" do governo em todas as circunstâncias.
Um desenho da evolução humana, comum em apostilas, mostra um macaco a partir da esquerda, e este macaco vai passando pelas diversas fases da evolução e ficando ereto, até chegar no homosapiens (nós). Pois bem, daqui muito tempo, ao estudar o povo brasileiro, antropólogos ficarão intrigados com o fato de que a coluna voltou a se curvar, num processo de reversão da evolução. A explicação é fácil senhores antropólogos do futuro - foi de tanto baixar a cabeça...será o "homobrasiliensis", um defeito genético derivado do homosapiens...
terça-feira, 4 de agosto de 2009
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