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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Médicos

Em janeiro de 2003 consultei uma clínica médica muito famosa, que gasta muito em propaganda, e que possui filiais em vários estados do Brasil.

Como paciente descobri que a "clínica" era na verdade uma grande arapuca para comercializar um produto vendido por eles mesmos. Caríssimo.

Todo o material, eo so procedimentos internos da clínica, indicavam que independentemente do problema de cada paciente, o tratamento recomendado seria o mesmo - o tal produto, na mesma quantidade.

Da própria sala de atendimento do médico, o próprio já nos conduzia à sala onde era comercializado o produto (dentro da clínica) e ficava lá até ter certeza de que o "negócio" estava fechado.

O valor da consulta era de cerca de 10% do valor do produto.

Como perfeito otário fui mais um dos que adquiriu o remédio. Só me dei conta da arapuca quando minhas orelhas começaram a crescer, já na calçada, com a sacola de produtos na mão.

Em conversa com um médico conhecido ele informou que a prática comercial dentro de consultórios é proibida pelo código de ética da profissão, e que eu, como cidadão, deveria denunciar o caso do Conselho Regional de Medicina.

Fiz isto, não por mim, mas para tentar evitar que outros caíssem na mesma armadilha.

Foram 6 anos de processo junto ao Conselho.

Acaba de chegar às minhas mãos a decisão final, a qual está totalmente em linha com o "Brasil novo" de Lula e Sarney. No acórdão julgam improcedente a denúncia, e há uma justificativa de 4 parágrafos. Um dêles é uma pérola - "a medicação entregue ao paciente, com finalidade de verificar a aderência ao tratamento, foi em caráter gratuito (amostra grátis)".

Bom, o recibo da própria clínica, com o valor que PAGUEI pelo produto, estava anexo ao processo.

Será que o senador Paulo Duque também é membro do Conselho Regional de Medicina?

Com um Conselho assim, não me surpreende que a todo o momento vemos denúncias de médicos matando gente, ou violentando pacientes, sem consequência nenhuma.

O Conselho Regional de Medicina se saiu melhor que o Conselho de Ética do senado federal.

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