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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Congonhas e o progresso

Nem faz tanto tempo assim. O ano era 1994 e eu morava em São Paulo. Tinha uma namorada, e era comum combinarmos de nos encontrar no aeroporto de Congonhas depois do trabalho. O aeroporto era um local agradável, sereno, onde imperava a cordialidade. Lá fazíamos uma agradável refeição e apreciávamos o movimento.

Ontem à noite, esperando para embarcar num vôo sem hora para sair de Congonhas, eu me lembrava daquele período. Quanto mudança ocorreu em quinze anos. O aerporto foi tomado por uma horda selvagem que avança por todas as suas dependências como num estouro de gado. O ambiente, antes sereno, agora é dominado pelo stress, e a cordialidade foi substituída pela grosseria e agressão recíprocas entre passageiros e funcionários. Eu estava com fome durante as horas de espera, mas fazer uma refeição em Congonhas significa disputar quase no tapa a oportunidade de ser atendido e, principalmente, de ser servido. Já ocorreu de conseguir comprar o lanche, mas não ser servido antes da decolagem do avião. Os banheiros do aeroporto são um bom exemplo de seu estado atual - imundos, como banheiros de praça pública. E para conseguir um espaço para usar tive que fazer uma romaria, de banheiro em banheiro.

É o progresso. Lutamos muito para chegar lá.

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