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domingo, 6 de setembro de 2009

Patético

Abaixo um dos textos mais patéticos que li na vida:

"E essa leitura me fez chegar às conclusões que expus aqui, e somente aqui. Faço essa ressalva para que ninguém ache que as minhas opiniões pessoais contaminam o meu trabalho em televisão, necessariamente coletivo e dependente do que é divulgado no calor dos acontecimentos pelas principais fontes de notícia. Quem se dispuser ao trabalho de comparar o que escrevi aqui e o que foi divulgado nos noticiários que supervisiono terá a certeza disso. Não vejo nenhuma incoerência nesse modo de agir. O trabalho jornalístico diário registra o que está acontecendo naquele instante, o que está sendo dito e as conclusões a que chegaram os principais relatórios. Não me cabe impor o meu ponto de vista, a minha opinião ou a minha visão sobre os fatos, mas sim divulgar o ponto de vista, a opinião e a visão sobre os fatos dos principais atores globais. É apenas ao fazer um livro como este que eu tenho a oportunidade de voltar ao tema, analisar a fundo os relatórios e chegar a conclusões que são minhas. São dois processos em tempos distintos, com metodologias distintas."

Este texto está publicado nas páginas 271 e 272 do livro Sobre o Islã, de Ali Kamel. Nele Ali Kamel explica por que não dá para acreditar no jornalismo da Globo, empresa da qual ele, Ali Kamel, é diretor de jornalismo, cargo que aparenta ser de fachada.

Se a missão do jornalismo televisivo é apenas transmitir as opiniões dos outros, como um papagaio, como afirma Ali Kamel, para que precisa de diretor de jornalismo?

Pela conclusão de seu livro, Ali Kamel sabe que tudo o que foi divulgado pela Globo em relação à guerra do Iraque foi um festival de inverdades. Ao agir assim, a maior emissora do país presta um desviço de desinformação para a população. Ali Kamel acha que é este o papel do jornalismo televisivo? Desinformar? Doentio.

Mesmo deposi de obter as conclusões que obteve, e de ter o livro publicado, a linha editorial da Globo em relação à guerra do Iraque não mudou um milímetro. Se antes do livro da linha editorial poderia ser creditada ao "calor dos acontecimentos", depois do livro é mentira deslavada pura e simples.

A desinformação dos programas jornalísticos dirigidos por Ali Kamel atinge dezenas de milhões de pessoas, ao passo que a excelente informação de seu livro atinge apenas alguns poucos milhares de leitores. Tem que ser um psicopata da informação para achar que isto é correto - desinformar milhões, enquanto informa alguns poucos.

Já escrevi sobre isto - a vida não é só salário - pede prá sair Ali. Se o seu cargo é de ficção, pede prá sair. Se a empresa da qual é diretor é parte ativa no processo de imbecilização social, pede prá sair. Será melhor para a sua biografia.

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