Nunca conheci pessoalmente William Boner. Mas, à distância, tenho a impressão que ele é daqueles sujeitos que gosta tanto de si mesmo que todo dia se admira no espelho, pensando - "como a natureza pôde acertar tanto numa pessoa só?". Outro que deve fazer isto é Lula.
Lula faz discursos de auto-elogio.
Boner concede entrevistas e escreve livros de auto-elogio. Acaba de lançar mais um.
A criatura de Lula é o "melhor" governo da história dessa galáxia.
A criatura de Boner é o Jornal Nacional.
O Jornal Nacional, como o próprio nome diz, foi o primeiro programa jornalístico de televisão e rede nacional. Por sua iniciativa de ser o primeiro, sempre teve grande audiência, e se tornou uma espécie de fonte de informação da família brasileira. Com tal poder de alcance e pentração, se transformou numa máquina de alienação e manipulação da informação.
Não sou sociólogo, mas minha opinião de leigo é que a própria existência de um programa como o Jornal Nacional contribuiu para a formação do caldo de ignorância, desinformação e alienação em que se transformou a sociedade brasileira, caldo este que tão bem serve aos interesses do PT. Com o Jornal Nacional não havia mais necessidade de ir atrás da informação, ela vinha pronta para as famílias, bastando sentar e assistir. Mas vinha, e vem, a informação que, por circunstância, interessa ao programa passar.
Na União Soviética as pessoas que não interessavam ao regime deixavam de existir em vida (antes de serem assassinadas). Eram as "não-pessoas". No Brasil o que não é noticiado no Jornal Nacional é uma espécie de "não-fato", por mais fato que seja.
Sem fazer pesquisa, cito algumas histórias de cabeça:
- A primeira notícia da primeira edição do Jornal Nacional foi: "melhora o estado de saúde do presidente Costa e Silva". A verdade era que o estado de saúde do presidente só piorava, e pouco depois morreria.
- A Globo era emissora de suporte ao regime militar. Desta forma, quem assistia ao Jornal Nacional não ficava sabendo da campanha das Diretas Já. O fato só passou a ser noticiado quando a coisa ganhou uma proporção que não tinha mais como esconder.
- Estabelecidas as eleições diretas para presidente em 1989, a Globo decidiu criar o "seu" candidato, e fez isso da seguinte forma - a partir de 1987 o Jornal Nacional noticiou permanentemente os "feitos" de Fernando Collor em Alagoas. Quando chegou 1989 a população já estava devidamente "programada" para acreditar que se tratava de um super-homem. O ápice dessa campanha foi a edição do último debate presidencial de 1989, onde o Jornal Nacional mostrou apenas os trechos que eram favoráveis a Collor.
- Como emissora "Collorida", a Globo não via irregularidades no governo Collor, e que assistia ao Jornal Nacional não ficava sabendo de nada. Mais uma vez o fato só passou a ser noticiado quando ganhou proporção incontrolável. A partir do momento em que passou a noticiar, o Jornal Nacional se tornou "dono" do fato. Na noite da votação do afastamento de Collor na câmara, Carlos Nascimento apresentou o Jornal Nacional ao vivo, de Brasília. O impeachment era da Globo...
- Até recentemente o comentarista político "neutro" do Jornal Nacional era Franklin Martins...
- No século XXI a Globo é Lulista, assim como já foi "militarista" e "collorida". Como a deposição de Manoel Zelaya em Honduras contraria os interesses de Lula, quem assiste ao Jornal Nacional é "informado" de que houve um "golpe de estado" em Honduras.
O jornalismo brasileiro é muito ruim. Neste meio, o Jornal Nacional consegue, em minha opinião, ser o pior, pois com sua imensa audiência é o que mais rápido propaga a inverdade e a alienação.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
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ResponderExcluirO Jornalismo da Record consegue ser pior que o Jornal Nacional, os caras não param de falar em golpismo em Honduras.
É preciso buscar as informações na internet, se depender da TV, estaremos ignorantes pelo resto de nossas vidas.
Parabéns pelo post..