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domingo, 20 de setembro de 2009

Opinião

Opinião do comandante Marcio Branco no livro Na Cabine de Comando:

"Só posso dizer que durante o caos aéreo, na verdade, nunca vi nenhum governo. Tudo o que vi foi um governo que nunca amarelou tanto em tão pouco tempo. NUnca vi um governo ficar tão sem saber o que fazer. Imagino que, se o caso fosse de uma guerra, ele teria corrido para o sertão e se enfiado em uma toca qualquer, esperando a vontade de deus. O que ele deveria saber é que, naquilo em que os homens podem modificar com suas próprias mãos, Deus faz questão de não interferir, faz questão de não pôr suas mãos, para que possamos nos provar dignos e capazes."

"Como pode, afinal, um diretor de uma agência, responsável pela fiscalização de uma empresa aérea, viajar de primeira classe nessa mesma empresa, com as passagens e estadia no estrangeiro concedidas a título de cortesia pela empresa em questão, e ainda dizer que aceitou apenas no intuito de economizar para os cofres públicos? Desse tipo de economia o país não precisa, meus caros diretores. É que rigor na fiscalização não tráz esse tipo de mordomias, não é mesmo?"

"Uma grande proeza, também muito boa de citar, é a de que a presidência da república conseguiu a façanha de não demitir ninguém por conta do caos aéreo instaurado. Mas também a presidência não costuma sequer se manifestar sobre as questões consideradas urgentes e prementes neste país. No caso específico do acidente ocorrido em Congonhas, o presidente levou 73 horas para se manifestar. Não se mexeu rápido nem mesmo para dar uma mensagem de apoio e condolências às famílias das vítimas. A impressão que todo o país foi a de que o presidente foi obrigado, de que ele foi forçado a sair de sua redoma. Por vontade própria talvez o presidente tivésse ido pescar ou coisa semelhante."

Sobre Marco Aurelio Garcia:

"Sorte dele ainda não ter encontrado pela frente um pai ou uma mãe de alguém que foi vítima dos acidentes ocorridos em São Paulo ou no Mato Grosso. Gostaria de saber se caso algum desses acidentes tivésse ocorrido com algum parente dele, em especial mulher e filhos, o que ele faria? Será que seria tão explícito a respeito dos seus próprios sentimentos? E você, o que acha que faria se por acaso acontecesse com um filho seu? Está com vergonha de ser brasileiro? Então trate de se levantar e fazer alguma coisa para ajudar a melhorar ou a mudar o que acha que está errado. Berre, pule, esperneie, grite, escreva, mas faça alguma coisa."

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