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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Chapeuzinho, suspensório, sapato preto e meia branca até o joelho

Confesso que sempre tive curiosidade sobre este “africanismo” que vemos no Brasil.

Em verdade, originário do Brasil não há ninguém. Todo mundo que vive aqui veio de algum outro lugar, ou descende de alguém que veio de outro lugar. Até os índios originais descendem dos primeiros migrantes asiáticos.
Meus antepassados, por exemplo, vieram da Europa ocidental. Nem por isto eu fico cantando pelos cantos: “Oh mãe Europa”.

Adoro a Europa, como turista.

Não visto roupas tradicionais européias, nem na Oktoberfest.

Já em relação aos descendentes de africanos, pelo menos da parcela que faz barulho em nome deles, ouve-se um permanente “oh mãe África”, uma lamuria como se lá fosse o paraíso, ao passo que aqui é o inferno. Roupas de inspiração africana são comuns nas ruas.

Convenhamos, a África não é um paraíso. É um continente que ainda precisa superar muitas coisas, como as ditaduras vitalícias, as guerras tribais, a limpeza étnica, o fundamentalismo islâmico, etc.

Poderão dizer: “você não chora pela Europa porque seus antepassados vieram livres de lá, enquanto os antepassados dos africanos foram trazidos á força”.

OK, mas a abolição da escravatura se deu em 1888, 121 anos atrás. E nestes 121 anos não se observou um movimento migratório em sentido reverso, de volta às origens africanas.

O fato é que a leitura do livro de Demétrio Magnoli, sobre o qual comento em 2 posts abaixo, clareou esta dúvida que me afligia – agora sei que por trás desse chororô todo (oh mãe África) está o financiamento milionário da Fundação Ford.

Se a Fundação puser uma grana no meu bolso, de repente até saio lamentando “Oh mãe Europa”, vestido de alemãozinho da Oktoberfest de Blumenau...mas acho que isto não faz parte dos interesses da Fundação...

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